domingo, 15 de agosto de 2010

The Logical Song


"The Logical Song", segundo a tão solicitada Wikipédia, é uma canção da banda britânica Supertramp escrita e interpretada por Roger Hodgson, lançada como primeiro single do álbum Breakfast in America em 1979, sendo uma das canções mais conhecidas da banda. Porém, não se trata apenas disso. Logical Song criticava uma sociedade na qual o homem era pressionado para que se encaixasse em padrões definidos 'não sei por quem'.



Capa do disco Breakfast in America

A letra começa retratando a infância, com a visão ingênua de que "a vida era maravilhosa,um milagre; ela era bonita, mágica, e todos os pássaros nas árvores estavam cantando tão felizes, alegres, brincalhões, me observando". Porém, após ser mandada para a escola, a criança que até então vive em um conto de fadas, passa a conhecer a cruel realidade do mundo: a pressão para que se torne "sensato, lógico,responsável, prático" e, consequentemente, "dependente, doentio, intelectual e cínico". Mas se ele percebe toda a alienação presente em tudo isso, porque não tenta não ser assim? Ora, pelo simples fato de que se você tenta ser diferente, o alienado é você. O chamarão de "radical, liberal,fanático, criminoso"! Tudo isso acarreta na perda da personalidade, da identidade e, portanto, da humanidade do ser!
Toda essa crítica foi feita no final da década de 70, porém, não nos é um retrato um tanto quanto familiar?



Vídeo (ignorem as imagens!)

domingo, 8 de agosto de 2010

John Lennon/Plastic Ono Band




Recém saído do cárcere, John Lennon gravou nos meses de setembro e outubro de 1970 seu primeiro álbum solo e o mais emblemático de sua carreira, John Lennon/Plastic Ono Band. Jonh criou junto com Yoko a banda conceito Plastic OnoBand em 1969, e nesse disco fazem parte de sua banda Starkey, Voormann, Billy Preston e Alan White. As composições do álbum tem intensa relação com a terapia denominada Primal Therapy, praticada por John, que consiste em um retorno à infância para tratar dos traumas da vida adulta.
O lado A tem início com Mother e seus sinos de uma Liverpool sombria, e remete à relação de John com seus pais,um tanto quanto perturbada. A tristeza é latente, o piano martelado, a bateria reta, a voz arrepiante e o baixo marcado. No trecho final, John repete insistentemente "mama, don't go... daddy come home", até arrebentar a garganta como uma criança pirracenta. O tema sobre seus pais retorna na última música do lado B, onde uma criança recém chegada de um funeral, senta no sótão e começa a dedilhar o violão (que ganhou de sua mãe), cantando pequenos versos escritos para sua mãe morta. É essa imagem que "se escuta" com My Mummys's Dead.
Yoko é temática da canções como Hold On,Love e Lock At Me , tão lindas e sinceras que fazem qualquer um refletir sobre a importância desta mulher na vida de John.



O John crítico ao mundo aparece em Isolation e Remember, que remetem ao Hair Peace Bed Peace de 69, quando John e Yoko protestaram na cama, em plena lua-de-mel. Um John estranhamente folk surge com Working Class Hero, onde Dylan é reconhecível, e a voz grave torna o trabalho mais pesado. O espírito do falecido Rock'nRoll é incorporado em I Found Out e Well Well Well, onde um John germânico, direto de Hamburgo, é facilmente identificado.
O disco chega ao ápice com God, onde Deus é um conceito pelo qual medimos nossa dor, diversas personalidades e doutrinas são negadas, sobrando apenas o indivíduo cru, crédulo em si, e posteriormente em sua amada. John foi o único com coragem suficiente de romper com o passado. Ringo, George e principalmente Paul, mantiveram fórmulas estabelecidas dentro do grupo. John não. Esse álbum mostra o indivíduo que foi estancado pela maior banda do mundo, que ele montou, e desfez: "the dream is over" my friend.

Por Bruno Santana.