quarta-feira, 28 de julho de 2010

Você Roubou Minha Música!




O assunto plágio voltou às manchetes recentemente com a acusação do cantor folk norte-americano Jake Holmes de que Jimmy Page roubou sua música “Dazed and Confused”. O mais engraçado é que desde 1968 Jimmy Page já tocava essa música. Ela foi gravada ao vivo no LP Live Yardbirds, com o titulo de “I’m Confused”, em março de 1968. Um ano depois, ela aparecia no primeiro álbum do Led Zeppelin como “Dazed And Confused”, com autoria de Jimmy Page. E daí a pergunta: por que somente agora Jack Holmes resolveu processar Jimmy Page?

De “Stairway To Heaven” a “Babe I’m Gonna Leave You” o Led Zeppelin já se apodereu de uma série de riffs em suas canções. Isso até gera uma discussão sobre certas limitações na música pop, pois dentro de doze notas e ritmos mais simples, por exemplo, esse é o DNA mais compartilhado do que qualquer outra forma de arte.

Existem exemplos clássicos como “Blowin In The Wind”, de Bob Dylan, que foi plágio de uma canção tradicional de folk chamada “No More Auction Block”. Os Beatles em “Here, There And Everywhere” usaram referências da música “God Only Knows”, do álbum Pet Sounds, dos Beach Boys. Paul McCartney sempre declarou que os Beach Boys eram uma referência para algumas de suas composições naquela época. David Bowie fez a música “Fame” baseada na canção doo wop “Footstompin´”. Em 1963, o sucesso “ Louie Louie”, com a banda Kingsmen, inspirou o grupo The Troggs na música “Wild Thing” e também os compositores Phil Meddley e Bert Russel, que fizeram “Twist and Shout”, cuja regravação dos Beatles, em 1963, foi o maior sucesso.

A lista é infinita, mas vale lembrar também os que plagiaram os brasileiros, como foi o caso de Rod Stewart que usou o refrão de “Taj Mahal”, de Jorge Benjor, em sua música “Do You Think I’m Sexy”, gravada em 1978. Rod Stewart perdeu o processo e quando a música chegou ao topo das paradas na Inglaterra, ele foi obrigado a ceder os direitos autorais da canção, que foram doados para UNICEF.

Mas antes de processar alguém por plágio é importante saber se vale a pena em termos financeiros. Um exemplo disso foi um plágio que a banda new wave inglesa Bow Wow Wow fez da música de Gilberto Gil “Aquele Abraço”, em 1981. A banda fez a canção “Hello, Hello Daddy (I’ll Sacrifice You)” como se fosse uma versão da música de Gil e não deu nenhum crédito ao autor. Na época, Gil tomou conhecimento do assunto, mas decidiu não processá-los, pois o Bow Wow Wow foi um fracasso comercial e não valeria a pena. Se fosse um Sting, por exemplo, Gil pensaria melhor no assunto.

Não é de hoje que o plágio é considerado crime, sendo estas questões levadas à corte desde o século 19. O primeiro plágio da história nos Estados Unidos foi sobre uma música chamada “The Old Arm Chair”, de 1831. Cem anos depois, os processos por plágios apareciam quase que semanalmente na corte norte-americana. Um dos autores que mais processou outros compositores nessa época foi Ira Arnstein. Ele dizia que suas composições eram plagiadas por Irving Berlin, George Gershwin e Cole Pòrter, dentre outros.

O segundo caso de processo de plágio mais recente vem da Austrália. O grupo Men at Work perdeu um processo por terem plagiado o mega-sucesso “Down Under”, de 1983, de uma canção tradicional australiana interpretada por um coro de crianças chamada “Kookaburra sits in the Old Gum Tree”. A corte australiana sentenciou a banda a pagar 5% dos royalties gerados pela música desde 2002 e mais 5% sobre os futuros royalties. O músico Greg Ham, do Men At Work, declarou que isso custaria a eles o valor de sua casa. Depois da sentença, a banda entrou com um recurso, pois o caso é bem diferente de Jimmy Page, que se apoderou da música de Jake Holmes. O Men At Work usou apenas a melodia da flauta, não exisite tanta coincidência, mas mesmo assim eles perderam o processo.

Outro plágio que marcou o incio dos anos 70 foi quando George Harrison lançou “My Sweet Lord” e foi processado pelos autores da música “He’s so Fine”, sucesso do grupo The Chiffons. George alegou na época que a música que o inspirou a compor “My Sweet Lord” foi “Oh Happy Day”, interpretada por Edwin Hawkins Singers, mas perdeu o processo.

Mais uma de ladrão que rouba ladrão… e essa é ótima! O americano Huey Lewis, da banda Huey Lewis and The News, processou Ray Parker Jr. pela autoria da música e tema do filme “Ghostbusters” (1984). Ele alegava plágio de sua música “I Want a New Drug”, mas o caso ficou suspenso, pois as duas músicas foram inspiradas em uma canção anterior chamada “Pop Muzik”, do grupo M, lançada em 1979.

Outra polêmica recente foi sobre a música “Viva La Vida”, do Coldplay, com Joe Satriani, Cat Stevens e a banda norte-americana Creaky Boards. Chris Martin deve se arrepender muito de ter escrito essa canção.

Por Kid Vinil

Fonte: colunistas.yahoo.net/posts/3754.html

Visitem o link original, que tá ali na fonte! Têm alguns vídeos interessantes que eu não consegui postar...